domingo, 15 de março de 2009

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Dia da Mulher: o discurso e a escola
Carla Fernanda Panisset
Comemorando o Dia da Mulher (8 de março) e os 20 anos das alterações que garantiram a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres na Constituição de 1988, o Portal MultiRio levanta a discussão a respeito de como é vivenciada hoje a educação não discriminatória em sala de aula.
O livro didático mudou; o discurso igualitário, que ele veio propor, deveria conduzir à reprodução dos comportamentos no dia a dia da escola. No entanto, para que essa mudança fosse implementada e sustentada, seria necessário capacitar o professor não só para estimular a reflexão entre os alunos bem como para ser exemplo destas condutas e postura ética diante dos mesmos, por meio da relação professor-aluno, que tem efeitos nas relações aluno-aluno e aluno-comunidade.
Apesar de a inclusão das diferenças permear mais amplamente as ações educativas, sociais e culturais nos últimos dez anos - e representar um debate afim ao da igualdade -, gostaríamos de levantar dados que indicassem se a representação social dos gêneros mudou nos espaços de ensino neste mesmo período.
A professora Dilma Cupti de Medeiros, diretora do Adolescentro Paulo Freire, uma unidade de saúde pra adolescentes em frente à passarela da Rocinha (RJ), conversou com o Portal sobre a questão. Constantemente, ela recebe na unidade adolescentes vítimas de maus-tratos - muitas vezes grávidas - e que não têm qualquer informação sobre seus direitos nas escolas ou no PEJA que frequentam.
No entendimento da professora Dilma, faltam na escola o reforço à identidade e à autoestima feminina e o ensinamento de que as mulheres dispõem das mesmas prerrogativas, dos mesmos direitos que os homens, o que seria um alicerce fundamental para que elas escapassem do jugo do medo. Segundo a diretora da unidade de saúde, a escola pública ainda falha em promover essa conscientização. Para ela, é preciso desenvolver uma política e atuação consistentes acerca de Gênero, que ampliem os limites da abordagem transversal.
Cabem aqui algumas perguntas: até que ponto a mudança na legislação transformou o comportamento da sociedade e da escola? Ultrapassado o pico da onda do movimento feminista, quais dispositivos ainda são criados atualmente para defender os direitos das mulheres no ambiente educacional? Uma escola que trata igualmente homens e mulheres é capaz de mudar a visão e o comportamento de alunos que vivem, em sua realidade diária, diversas formas de violência e exclusão social, construindo as bases de uma sociedade democrática de fato?

Professor(a), se você tem relatos que ilustrem a forma como você e sua escola articulam e promovem a igualdade no cotidiano e a repercussão na vida de jovens e adolescentes (ou na comunidade do entorno), envie para nós. Vamos reunir os relatos das práticas mais criativas e efetivas para divulgação no Portal, que poderá servir como estímulo e suporte para novas ações em sua escola.

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